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Nos últimos tempos concentrei algum esforço na tentativa de demonstrar que os professores devem manter uma postura de unidade contra as políticas públicas que o governo de Pinto de Sousa persegue, as quais têm vindo a intensificar as orientações seguidas por quase todos os governos da III República e que visam a recuperação de um conceito de escola pública “fabricadora” de uma mão de obra dócil e pouco qualificada (que basta para atender ao papel que está reservado a Portugal no quadro da globalização económica), a par da promoção de uma escola privada, que possa reproduzir as “elites” que irão governar o país e estabelecer relações privilegiadas com as elites dos países ricos.
Em minha opinião essa união tem que fundar-se nas estruturas sindicais, não apenas porque elas já detém a legitimidade legal de representação da classe, mas porque uma luta prolongada e necessariamente desgastante como a que temos que enfrentar não se compadece com amadorismos, voluntarismos bacocos, individualismos interesseiros e muito menos com a defesa de interesses particulares.
Os últimos desenvolvimentos, que se consubstanciaram na assinatura de um comunicado conjunto por parte da Fenprof e dos representantes legítmos de três movimentos de professores, os quais representam uma “sensibilidade difusa” que se manifesta em comentários bloguísticos e mensagens de email, vieram ao encontro do que sempre pensei e escrevi:
Com os sindicatos, mal ou bem, os professores têm conseguido, ao longo de trinta anos, um conjunto assinalável de conquistas em favor de uma escola de qualidade para tod@s, embora também tenhamos averbado algumas derrotas. Sabemos com o que contamos e sabemos que não se conseguiu mais porque a participação cívica e o empenhamento na vida sindical atinge valores francamente lamentáveis (a este propósito, a entrada da Maria Lisboa no seu blogue é de uma enorme pertinência: Temos problemas de classe para resolver, ou não? ).
Mas no final o que me interessa é que, de facto, o dia 8 de Novembro vai constituir uma enorme manifestação dos professores contra as políticas erradas do ME. Esse será o dia do recomeço da mobilização de todos e o fim do parênteses que constituiu o desalento pós 8 de Março. Com todos os professores unidos e com uma direcção forte e unida em torno da Plataforma Sindical.
Por isso é hora de virar a página. É nesse sentido que se insere o desígnio de deixar de comentar as infantilidades cometidas por alguns membros de movimentos, mesmo quando as fazem com a maior boa-fé e movidos por motivos altruístas.
Tentarei ser contido e procurarei, a partir de agora, voltar à análise de outros temas que exigem a reflexão e estão muito para além das pequenas querelas de titularidades não atingidas, ou de auto-avaliações mais ou menos narcísicas.
E um tema a que quero prestar alguma atenção é à velha “estória” de que os rankings se destinam a prestar uma melhor informação a quem quer escolher a melhor escola para os seus filhos.