Uma das grandes mentiras que, de tão apregoada, os seus mentores esperam que se torne verdade, é que os sindicatos nada fizeram, nada fazem e nada irão fazer para derrotar o ECD, o Monstro da ADD e a Nova Gestão Centralizada.
Neste seu afã, algumas pessoas não se coíbem de fazer afirmações caluniosas, desde que julguem alcançar melhor o objectivo de “abater o inimigo sindical”.
Um exemplo do que afirmo pode ser lido aqui:
Onde têm estado que não os vemos? Num momento tão dramático, brutal, para os professores e para o futuro da escola pública portuguesa, a quantas escolas foram? Que reuniões fizeram? Que mensagem passaram? Que formas de luta organizada disseminaram? Que metodologia de acção sindical no terreno aprovaram? Que ideias concretas — fáceis de encontrar tantos são os buracos na incongruência legislativa — deram aos professores para travarem o processo avaliativo, entre outros? Acredito que tenham estado na alentejana Cuba e em outros pequenos redutos lutadores onde deixaram alguns inflamados panfletos. De resto, e este é o sentimento dominante, estiveram parados. Inertes, cosidos às secretárias das sedes e inúmeras filiais. Quem sabe, caso tivessem cumprido, com eficácia, a sua missão, se os movimentos espontâneos APEDE, MUP, PROmova e outros, não teriam despontado com tanta aflitiva urgência? (Bem-haja a este últimos)
Sejamos sérios! Onde andou a Apede ou a ProMova desde Junho? Foram a banhos? Ou acompanharam algum sindicalista ao Carnaval de Veneza?
O blogue da Apede tem a sua primeira entrada no dia 7 de Outubro, a uma semana da reunião da Plataforma Sindical com a ministra; A última actualização do seu site no endereço http://apede.pt/joomlasite/ é do dia 4 de Julho de 2008;
Quanto ao Promova tem uma página (
http://www.movimentopromova.net/) com um poema de Torga, que nos remete para uma página moodle, cuja última entrada é de 13 de Junho de 2008; O seu “Núcleo de Estratégia”, da responsabilidade do professor Octávio Gonçalves, não permite o acesso a visitantes.
Apenas o blogue do Mup manteve actividade regular de denúncia da situação vivida nas escolas, aparecendo no dia 2 de Outubro uma entrada com o famoso apelo de Zeferino Lopes a uma manifestação no dia 15 de Novembro.
Mas reflexão e denúncia do que de errado se passa na escola pública portuguesa é algo que se pode encontrar também em muitos outros blogues de muitos outros professores. E com entradas regulares, mesmo em “tempo de férias”. E nem todos (se calhar nem a maioria) acham mais legítima a posição dos movimentos. Até porque não lhes reconhecem capacidade de representação.
Eu, que conheço por dentro um deles, não o autorizo a representar-me à mesa de negociações com o ministério, na hipótese mais que improvável de algum dia serem chamados a negociar o ECD, a Avaliação de Desempenho ou a Gestão das Escolas.
Até porque as diferenças que me separam dos seus dirigentes, quanto ao ideal de escola pública democrática para tod@s, são insanáveis.