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Daily Archives: Outubro 17, 2008

Dia 8 de Novembro – Professores por uma Escola Pública de Qualidade para Tod@s

17 Sexta-feira Out 2008

Posted by fjsantos in cidadania, escola pública

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manifestação

A LUTA DOS PROFESSORES E OS EQUÍVOCOS DE LURDES RODRIGUES

O que à ministra Lurdes Rodrigues lembra, já aos Professores e à sua mais representativa organização sindical, a FENPROF, esqueceu, pelo que se torna necessário tecer alguns comentários face ao que afirmou a ministra em resposta a uma questão que lhe foi colocada em entrevista recentemente publicada. Diz a ministra, a propósito da manifestação nacional convocada para dia 8 de Novembro e das posições da FENPROF sobre a avaliação de desempenho, que espera da “FENPROF sentido de responsabilidade, coerência e também alguma lealdade. Eu não ponho a minha assinatura em qualquer papel, nem a ponho para a mandar apagar amanhã. Quando assumo compromissos, assumo mesmo compromissos.”

Pois bem, a Ministra da Educação desta vez não se enganou, a FENPROF, com sentido de responsabilidade, coerência e também muita lealdade, não deixará de fazer o que deve ser feito! Só que, penso que Lurdes Rodrigues sabe isso, a lealdade de que fala a FENPROF deve-a aos Professores e assumi-la-á. E se, de avaliação do desempenho se falar, coerência é o que a FENPROF não deixará de ter, pois não se limitará a defender a eventual suspensão da sua aplicação, uma vez que quer destruir o modelo imposto pelo ME. A Ministra da Educação sabe disto, ou não tivesse ouvido a declaração da Plataforma Sindical dos Professores, lida à sua frente, por mim, no dia 17 de Abril (data de assinatura do Memorando de Entendimento): “…os pressupostos base do desbloqueio da actual situação de profundo conflito em nada alteram as divergência de fundo que as organizações sindicais mantêm sobre…/…

o modelo de avaliação do desempenho que se considera injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável…/… estas são razões para que, apesar do entendimento agora encontrado, os professores continuem a lutar…”.

Tal como a Senhora Ministra, que não coloca a sua assinatura em qualquer papel nem a manda apagar no dia seguinte, também os dirigentes da FENPROF assim agem. De facto, a assinatura foi colocada num papel que incluía o Memorando de Entendimento, por terem sido assumidas, pelos Sindicatos, e pela FENPROF em particular, as suas responsabilidades. Senão vejamos:

As escolas vivem, hoje, uma verdadeira tormenta com os primeiros procedimentos relativos à avaliação de desempenho a serem desencadeados. A maior parte apenas iniciou a aprovação dos instrumentos internos e, em algumas, está em curso a fixação dos objectivos individuais. Todavia, o ambiente que se sente é já de “sufoco”, de falta de tempo para o desempenho por causa da avaliação do dito, de conflitualidade, por vezes já perfeitamente instalada.

Mas, como diria o povo, ainda a procissão vai no adro… Na verdade, para além destes primeiros procedimentos, faltam, depois, as observações de aulas, a elaboração dos portefólios e/ou de outros instrumentos internos de avaliação, o preenchimento de fichas e grelhas, algumas infindáveis, a disparatada tabela de resultados escolares para que sejam comparados, as entrevistas com os avaliadores, as reuniões das comissões e departamentos, as classificações, a aplicação das quotas…. ou seja, se, neste ano lectivo, o processo for até ao fim, o bom desempenho dos docentes e o normal funcionamento das escolas serão duramente afectados com grande prejuízo para as aprendizagens dos alunos.

Se, ao longo de um ano inteiro, este processo seria muito complicado de levar até ao fim (o que confirma as previsões da FENPROF “… o modelo de avaliação preconizado pelo ME, a aplicar-se, introduzirá focos de instabilidade nas escolas, aumentando a sua instabilidade…”), imaginemos que teria de ser aplicado em apenas 3 meses (por exemplo, de Outubro a Dezembro…). Admitamos agora que, como pretendia o ME, esses três meses teriam sido Abril, Maio e Junho, isto, é, os últimos do ano lectivo transacto… Que teria acontecido aos professores? Como teria sido o final de ano dos alunos portugueses? O que teria acontecido à Escola Pública? Sim, à Escola Pública, pois é dessa que falamos…

A Escola Pública, que é frequentada pelos filhos dos trabalhadores e em que trabalha a esmagadora maioria dos docentes, teria entrado em colapso, os alunos teriam sido prejudicados, em alguns casos irremediavelmente, os professores teriam sido muito prejudicados.

Nestes, haveria despedimento de contratados e, este ano, no grande grupo dos docentes dos quadros, teríamos perdas de dois anos de serviço, devido aos efeitos previstos da avaliação… Quanto ao regime de avaliação, manter-se-ia em vigor sem que ficasse previsto qualquer período para a sua alteração.

É fácil perceber, e a FENPROF nunca o escondeu, que a assinatura do Memorando de Entendimento não visou caucionar o modelo de avaliação; só por má-fé se pode afirmar o contrário. A assinatura, em 17 de Abril, do Memorando de Entendimento, foi, talvez, a decisão mais difícil de tomar, eventualmente a menos simpática (apesar de legitimada por 82% dos professores que participaram no Dia D), mas a única que, responsavelmente, poderia ser tomada. É que os Sindicatos não podem deixar de assumir as suas responsabilidades perante os Professores, perante a Escola Pública e perante a Sociedade.

Fizeram-no e bem. Orgulho-me de ter sentido o peso de uma classe profissional naquele momento e de ter assumido, com responsabilidade, a sua representação. Se isso não tem acontecido em que situação estaríamos agora? Ninguém sabe e esse é o problema. Os professores perguntar-se-iam sobre a utilidade de organizações que se teriam revelado incapazes de parar o tremendo disparate que se abatia sobre as escolas. Mas admitamos, como alguns afirmam, que a Ministra teria caído (o que duvido; penso, mesmo, que estaria hoje reforçada…) que ganhavam os portugueses com isso?! Uma cara mais simpática?! Talvez, mas isso aconteceu na Saúde e que mudanças trouxe?! Quantos centros de saúde reabriram? Quantas maternidades voltaram a funcionar? Que vantagens tiveram os trabalhadores do sector no que respeita às suas carreiras, aos horários de trabalho, ao emprego ou condições trabalho?

Nenhumas!

A luta está aí de novo, e continua já em 8 de Novembro, com todos aqueles (e são a maioria) que ainda não desistiram! Alguns decidiram manifestar-se, também contra os Sindicatos e chegaram a marcar data.

Estão no seu direito, claro, mas o serviço que prestam não é, de forma alguma, aos Professores. Estou convencido que Lurdes Rodrigues agradecerá e continuará, nas entrevistas seguintes, a atacar os Sindicatos ou, também ela, a tentar denegrir a sua imagem.

Mário Nogueira
Secretário-Geral da FENPROF

Cada cavadela, sua minhoca

17 Sexta-feira Out 2008

Posted by fjsantos in cidadania, cooperação

≈ 2 comentários

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associativismo docente, luta política

Como sou um professor pouco informado e muito desatento em relação às questões profissionais e às problemáticas que envolvem a escola pública, não consigo entender porque é que de repente há duas manifestações de professores e uma é “mais legítima” do que a outra. Vai daí pus-me a procurar as razões para tal distinção.

Procurei, procurei e descobri o seguinte:

  • A Apede e o MUP, a primeira enquanto organização com existência legal, o segundo enquanto detentor de um blogue muito lido entre os professores que frequentam blogues, disponibilizaram-se para oficializar junto do governo civil de Lisboa um pedido de realização de uma manifestação, no dia 15 de Novembro.
  • A Apede não teve a ideia de fazer uma manifestação no dia 15 de Novembro, como está escrito no seu blogue oficial. Quanto ao MUP não me foi possível saber se teve ou não a ideia (mas deve ter sido incompetência minha nos procedimentos de pesquisa da informação).
  • A reunião do dia 15 foi convocada após ampla discussão democrática e participada no seio da classe a de dia 8 não ! 

Aqui chegado comecei a ficar baralhado.

Ao que parece, e após leitura atenta, embora não exaustiva de blogues e foruns de professores ou ligados à educação e à escola, terá havido um amplo debate democrático, uma espécie de consulta ao povo docente, o qual se terá pronunciado maioritariamente pela marcação da manifestação para dia 15 de Novembro.

Sem dúvida que ando desatento porque não dei conta que tenha havido milhares de professores (afinal sempre somos mais de 100 mil, mesmo com as aposentações que não param de ser pedidas) a serem consultados e a dizerem que queriam ir manifestar-se a Lisboa, exactamente no dia 15 e não noutro dia qualquer.

Vai daí continuei à procura e encontrei mais um pedaço do puzzle que me faltava:

  • A reunião de Leiria não precedeu a discussão e a fixação da data. A discussão foi anterior, fixou-se a data nos comentários do umbigo, uma de entre muitas que apareciam.

Pois claro, está resolvido o mistério. A decisão “amplamente debatida” e tomada “de forma eminentemente democrática” teve o seu espaço de discussão nas caixas de comentários de um blogue.

Não um blogue qualquer. Afinal de contas o Umbigo do Guinote tem em média 15.000 hits diários, o que se assemelha a 15% dos famosos 100 mil de Março. E só em dois posts em que se discutiu o que fazer a 15 de Novembro, houve 991 comentários (ups, já baixámos de 15% para 9.91% a participação no amplo e democrático debate).

Bem, se continuar a fazer estas contas ainda encontro mais minhocas, até porque às tantas ainda há algum comentador que comentou duas vezes e descubro que 991 comentários afinal só correspondem a 990 participantes.

E ainda bem que não tenho acesso aos IP’s dos comentários, não fosse descobrir que alguns dos comentadores usaram computadores instalados nalgum prédio da Av. 5 de Outubro e lá se iam mais alguns pontos percentuais.

O melhor é ficar por aqui, porque para o meu frágil entendimento, ter ficado a saber que os comentadores mais ou menos anónimos de um blogue têm mais legitimidade para marcar uma manifestação do que outras organizações, mesmo que estas se sentem à mesa com o governo para decidir da minha vida profissional, é demais para um professor que não está habituado a emoções tão fortes.

Adenda:

No Umbigo, às 18:50 de dia 17 de Outubro a votação entre dia 15, dia 8, ambos, ou nenhum tem o amplíssimo e alargadíssimo número de 1174 votantes, dos quais 665 garantem que só vão dia 15 de Novembro e 195 que vão nos dois dias. Este resultado, como se percebe muito significativo, informa-me que 860 votantes concordam com a manifestação no dia 15. Além de amplamente participada, esta votação é também genuinamente democrática, uma vez que qualquer pessoa pode votar, mesmo que não seja docente e, além disso, pode votar mais do que uma vez desde que o faça com IP’s diferentes.

Quando Vamos?
Dia 8? 18% (209 votes)
Dia 15? 57% (665 votes)
Dia 8 e 15? 17% (195 votes)
Vou ficar em casa a fazer grelhas4% (45 votes)
Vamos Onde? 5% (60 votes)
TOTAL VOTES: 1174
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