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Nos últimos dias muita gente tem acusado a ministra da educação de mistificar os resultados escolares. Acusam-na de o conseguir através de exames que nada mais fazem do conformar a “realidade” aos interesses propagandísticos do governo. Trata-se de uma crítica justa, pois o trabalho do GAVE distorce a realidade para melhor fazer passar a mensagem da ministra, o que deve ser criticado duramente.
A reflexão sobre o merecimento da crítica, não só à ministra da educação mas também a todos quantos transformam e retorcem os factos, produzindo um discurso falso que justifique as suas posições pessoais, surgiu-me na sequência do debate de ontem na Associação 25 de Abril.
Mais uma vez houve quem estivesse mais interessado na crítica às posições sindicais do que na análise dos caminhos futuros. Mais uma vez houve quem se colocasse em bicos de pés, tentando cavalgar a “onda do 8 de Março”, mesmo quando dois dias antes dessa grande manifestação não quisesse estar presente e lá tenha ido a contra-gosto.
Se é verdade que a ministra falseia os resultados e esconde a realidade para melhor enganar os portugueses, não é menos verdade que há quem, entre os professores, seja tão falso como a ministra. Com o que não contavam, nem uns nem outros, era com o facto de haver gente com memória e que sabe como as coisas se fazem e se mistificam.