Etiquetas

,

… quanto a finanças, mal vou gerindo as minhas próprias…

Talvez por isso fico perplexo com o que vou ouvindo ao nosso governo, a propósito do preço dos combustíveis.

É que, segundo o ministro das Finanças e o 1º ministro, não se pode diminuir o imposto sobre os produtos petrolíferos porque isso agravaria o défice, em virtude de uma baixa nas receitas fiscais. No entanto, também de acordo com o ministro da Finanças, já se começa a sentir uma diminuição da receita fiscal, devido à diminuição do consumo de combustíveis. Então, se nos concentrarmos apenas na receita, tanto faz manter o imposto como diminuí-lo, uma vez que esta já está a diminuir. A vantagem da diminuição do imposto seria alguma folga para o bolso dos consumidores que não têm alternativa de consumo.

Por outro lado, a fazer fé nas reportagens junto à fronteira, uma parte da receita fiscal que deixou de ser arrecadada pelo Estado português está a ser deixada nos cofres do Estado espanhol, uma vez que muitos portugueses (principalmente os profissionais da estrada) se abastecem no país vizinho.

Como também há quem diga que uma parte significativa do imposto sobre os produtos petrolíferos está a ser usado para pagar as Scuts, que o PS se recusa a portajar, ficamos a perceber que quem mais usa a A25 e outras vias semelhantes, não pagando a sua utilização, entrega os impostos a Espanha. Ao mesmo tempo, quem vive longe da fronteira e é obrigatoriamente esportulado pelo nosso Estado, tem que pagar portagens em tudo quanto é auto-estrada, via rápida ou ponte, para além de pagar o tal ISP (que não pode ser diminuído por causa da receita fiscal).

Para completar o quadro só faltava a nova taxonomia automobilistico-contributiva, que nosso 1º Pinto de Sousa inaugurou ao afirmar que os contribuintes não podem ser obrigados a sustentar os consumidores. Como se os consumidores não fossem contribuintes e os contribuintes não fossem também consumidores. Haja paciência para tanta demagogia e tanta ignorância juntas.