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~ Defendendo a Cidadania

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Daily Archives: Março 8, 2008

Ministra pública em TV privada

08 Sábado Mar 2008

Posted by fjsantos in balanço, bem público, realidades virtuais

≈ 1 Comentário

Curiosa a forma como governo e TV privada, neste caso a SIC, resolveram tratar noticiosamente a Marcha da Indignação, que juntou em Lisboa mais de 100 mil manifestantes (80 mil foram os números dados pela PSP, que se preparou para receber 70 mil).

A ministra comentando em cima da hora e a SIC prestando-se à repetição da entrevista dada na quinta-feira à RTP1:

Ministra da Educação sobre manifestação de 100 mil professores

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou “não ser relevante” a participação de “100 mil professores na marcha da indignação”, em Lisboa, adiantando que o importante é “continuar a trabalhar para encontrar as melhores soluções”. A ministra disse que os professores ainda conhecem mal as reformas e que é esse desconhecimento que leva aos protestos.

Já o alinhamento das imagens foi deveras curioso: visionamento a partir de um helicópetero do Terreiro do Paço, numa fase em que o grosso dos manifestantes se encontravam entre a Avenida da Liberdade e a Rua do Ouro; entrevistas a professores anónimos com um discurso suficientemente inconclusivo para deixar espaço de manobra ao governo; um destaque em rodapé apontando para o aproveitamento partidário da manifestação.

Veremos quais as contrapartidas para o grupo empresarial de que a SIC faz parte.

Escola Pública, Ensino e Meritocracia

08 Sábado Mar 2008

Posted by fjsantos in bem público, escola de elites, escola de massas

≈ 1 Comentário

A introdução do conceito de meritocracia no discurso sobre a escola pública constitui uma forma de clarificação das águas indispensável à definição do que se entende por Escola Pública.

Quando esse discurso meritocrático provém de quem se diz defensor de uma escola de massas, como é o caso de MLR e do seu guru João Freire, é que a porca começa a torcer o rabo.

É que a escola de massas foi criada e existe para garantir que ninguém é descriminado negativamente e todos têm acesso, em condições tendencialmente de igualdade, à mesma formação e ao mesmo conhecimento. Nesta escola de massas não se pretende privilegiar a distinção entre pares e a atribuição de prémios e castigos, mas sim a possibilidade de todos acederem aos mais altos níveis de qualificação.

Se para a sociologia das empresas é aceitável a análise produzida pela curva normal de Gauss, já para a educação é fundamental promover a pedagogia da curva em J.

Quer isto dizer que, se podemos aceitar que na generalidade das organizações a maior parte das pessoas podem manter um perfil de desempenho normal, com uns poucos muito bons e ainda menos excelentes, já quando se fala da qualificação das pessoas, da qualificação da massa cinzenta de um país, o objectivo deve ser, tem que ser a Excelência e tudo quanto ficar abaixo é pouco ambicioso.

Então, se de facto quisermos elevar a qualificação das populações, não nos podemos conformar em ter uma pequena percentagem de professores muito bons e/ou excelentes. Temos que lhes dar e exigir maior formação e condições para o exercício da sua missão, para que o maior número possível atinja também a excelência.

A menos que em vez de defender uma Escola Pública de Massas se esteja encapotadamente a promover o regresso à Escola de Elites. Será isto que defendem os sociólogos Maria de Lurdes Rodrigues e João Freire?

Saber ir beber à fonte

08 Sábado Mar 2008

Posted by fjsantos in autonomia, avaliação de desempenho, equívocos, gestão escolar, progressão na carreira

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Com uma inabilidade notável, a ministra MLR tentou ser pedagógica e tranquilizadora durante a sua entrevista com Judite de Sousa.

Por um lado procurou passar uma ideia de que os protestos dos professores lhe merecem a maior das simpatias, já que em relação a vários aspectos estes têm razão, apesar do “mas”.

Por outro lado deixou escorregar o pé para a chinela, ao afirmar com convicção que em relação às medidas de política educativa, nomeadamente em relação à avaliação dos docentes, estes não se informaram convenientemente. Para MLR tudo se resume ao facto de os professores (por quem diz ter o maior respeito) não lerem nem se informarem sobre os assuntos que lhes dizem respeito e serem tão ingénuos e distraídos que qualquer malfeitor os pode manipular.

Como ouvi com muita atenção a sra. ministra para poder ficar correctamente informado e deixar de ser manipulado, ontem de manhã quando cheguei à escola fui a correr seguir o seu conselho e perguntei ao meu conselho executivo e aos membros do meu conselho pedagógico como é que vai ser a avaliação lá na escola. Quando me responderam que estavam a fazer tudo de acordo com as indicações do ministério eu nem quis acreditar. Afinal quem não tinha ouvido a ministra eram eles e por isso não sabiam que tinham a “responsabilidade autonómica” de fazer tudo bem feito e tranquilamente, para que todos nós pudessemos progredir tranquilamente na carreira.

Uma ministra irresponsável

08 Sábado Mar 2008

Posted by fjsantos in assobiar para o ar, comunicação, demagogia

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Para quem tenha visto com atenção a entrevista que MLR “concedeu” a Judite de Sousa, uma conclusão ficou clara: a minstra não tem culpa de nada nem fez nada que tenha contribuido para o clima de insatisfação dos professores e de perturbação das escolas.

Ao ouví-la (e ouvi com toda a atenção) fez-me lembrar os meus alunos que depois de um qualquer disparate, ao sentirem-se apanhados, começam por afirmar com a maior veemência: «Não fui eu! Eu não fiz nada!!»

Recordemos então que MLR apresentou uma postura conciliadora e compreensiva da revolta dos professores. Fê-lo afirmando que reconhecia que os professores tinham motivos para se sentirem insatisfeitos:

  • Quanto à alteração da idade da reforma – mas aí a culpa é do ministro da Finanças e do ministro do Trabalho;
  • Quanto à estagnação salarial – mas aí mais uma vez a culpa é do ministro da Finanças;
  • Quanto ao processo de avaliação – mas aí a culpa é do SIADAP (ministério da Finanças mais uma vez) e neste caso ela até conseguiu um modelo menos penalizador;
  • Quanto ao acréscimo de trabalho nas escolas – mas aí a culpa é dos pais que querem que a escola cuide dos filhos e da gestão das escolas que tem toda a autonomia para gerir esse dossier;
  • Finalmente, quanto à sua manutenção no cargo – mas aí como a senhora tem um contrato de trabalho com o sr. 1º ministro, é ele que será responsável pela sua continuação ou não em funções.

Com tão pouca responsabilidade não se compreende a necessidade de lhe pagar o salário que aufere.

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